Ciclone tropical Kirk – Acompanhamento
Segundo as ultimas informações dos modelos meteorológicos, no dia de hoje o ciclone tropical Kirk está classificado como um furacão de categoria 3 (na escala de Saffir-Simpson), com ventos sustentados de 210 km/h e rajadas superiores. O centro deste furacão está localizado a cerca de 1700 km a oeste da ilha das Flores, nos Açores, e move-se para Nordeste a uma velocidade de 37 km/h.
De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos da América, o furacão Kirk está a perder intensidade à medida que se desloca para norte em direção a águas oceânicas com temperaturas mais baixas e deverá passar a categoria de tempestade tropical já durante o dia de amanhã. O centro deste ciclone deverá passar a norte do arquipélago dos Açores, no entanto prevê-se que as ilhas dos grupos ocidental e central sofram alguns efeitos desta tempestade, sobretudo ao nível da agitação marítima e da intensidade do vento.
As previsões do modelo europeu ECMWF indicam que as condições meteorológicas vão começar a agravar-se a partir do final da tarde/início da noite de amanhã no grupo ocidental (ilhas das Flores e do Corvo), com um aumento significativo da agitação marítima onde a ondulação pode chegar aos 6 a 8 metros de altura significativa e atingir uma altura máxima superior a 10 metros do quadrante oeste, e o vento a tornar-se forte com rajadas até 90 km/h. Por este motivo, o IPMA já emitiu um aviso laranja para a agitação marítima e um aviso amarelo para o vento forte neste grupo, que vai entrar em vigor a partir das 18h de amanhã.
É durante o dia de terça-feira (dia 8) que os efeitos da passagem deste ciclone se irão fazer sentir com maior intensidade. Neste dia, no grupo ocidental, a ondulação poderá atingir os 10 metros de altura significativa, com altura máxima de 17 metros, portanto o IPMA emitiu um aviso vermelho no período entre as 0h e as 6h. Em relação ao vento, o período mais crítico será entre as 0h e as 9h, onde soprará forte a muito forte de sudoeste e com rajadas que poderão atingir 120 km/h. O aviso emitido pelo IPMA para este parâmetro é de nível laranja neste periodo. Nas ilhas do grupo central os efeitos serão menos significativos, ainda assim, é esperado vento forte com rajadas até 90 km/h (aviso amarelo emitido pelo IPMA) e forte agitação marítima com ondulação a poder atingir 8 a 9 metros de altura significativa (aviso laranja emitido pelo IPMA). O grupo oriental não apresenta um nível de risco elevado, pelo que até ao momento não tem avisos emitidos pelo IPMA, mas também se espera algum vento forte com rajadas até 70 km/h e agitação marítima forte com a ondulação a chegar aos 6 metros de altura significativa. Em relação à precipitação prevista, em todo o arquipélago haverá periodos de chuva mais intensa e acompanhada de trovoada, e está em vigor um aviso amarelo para os grupos ocidental e central amanhã e terça-feira.
Após a passagem pelos Açores, segundo a figura 1, a tempestade tropical Kirk continuará a mover-se para leste em direção ao norte da Península Ibérica e a perder intensidade. A partir de 3ªfeira, é esperado que comece a fazer a sua transição extratropical, isto é, a perder as características tropicais e a tornar-se uma depressão mais característica das latitudes médias/elevadas. Após este processo, o Kirk passará a designar-se por depressão pós-tropical e provocará um agravamento das condições meteorológicas em Portugal e Espanha, em especial nas regiões do norte e centro, com precipitação forte, vento forte a muito forte com rajadas e um significativo aumento da agitação marítima. No dia 9, as rajadas de vento poderão atingir os 100 km/h nas terras mais altas e expostas da península ibérica, a precipitação poderá ser por vezes forte e persistente com ocorrência de algumas inundações nas zonas mais vulneráveis.

Dada a incerteza nas previsões deste tipo de fenómenos meteorológicos, este comunicado poderá sofrer alterações, por isso vamos continuar a acompanhar com atenção a evolução deste ciclone tropical nos próximos dias e a seguir os avisos das autoridades da Proteção Civil e do IPMA.
Publicar comentário