Alterações Climáticas – Sim ou não?
As alterações climáticas são consideradas como o maior desafio que a humanidade enfrenta. Embora algumas delas sejam causadas por variações naturais resultantes da dinâmica do planeta, as atividades humanas têm acelerado e amplificado este fenómeno, com consequências severas para o planeta.
O uso de combustíveis fósseis, como o petróleo, carvão e gás natural, resulta em enormes emissões de dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa para a atmosfera, trazendo uma pesada fatura a pagar: alterações climáticas, como o aquecimento global e fenómenos meteorológicos extremos. Simultaneamente, a desflorestação à escala global impede que o carbono em excesso na atmosfera possa ser removido naturalmente.
Autor: Luís Relvas, seguidor do André do Tempo
Os registos mostram que desde a década de 1950, temos assistido a fenómenos nunca antes vistos na história da humanidade: as concentrações de gases com efeito de estufa aumentaram substancialmente, resultando num aquecimento da atmosfera e dos oceanos, na diminuição da quantidade de neve e gelo nas montanhas e calotes polares, na subida do nível médio do mar, e na ocorrência de eventos extremos como secas, inundações e ondas de calor. A nível global, cada uma das três últimas décadas tem sido sucessivamente mais quente do que qualquer década anterior desde 1850 (época da revolução industrial), e os últimos oito anos (2015-2022) foram os mais quentes desde sempre. O ano de 2016 fica mesmo na história como o ano mais quente desde que há registos, sendo que a temperatura média da Terra já está cerca de 1,1℃ acima dos valores pré-industriais!
Sendo um tema bastante polémico atualmente e longe de haver consensos a nível global, os registos revelam factos preocupantes aos quais a humanidade ainda não está preparada para lidar com as consequências, embora já todos estamos a sentir no quotidiano o resultado de várias décadas de uma gestão insustentável dos diversos recursos naturais à disposição. Uma mudança no clima como a que temos observado tem consequências muito severas também para as espécies animais e vegetais, contribuindo para o declínio da biodiversidade pois as espécies não têm tempo de se adaptar, especialmente se a mudança for brusca como a que estamos a viver. Estas espécies incluem plantas e animais que servem de base à alimentação humana: uma pequena quebra de produção de determinados alimentos fundamentais pode ter consequências devastadoras para a economia global e para as populações, sobretudo as mais vulneráveis.
Como já estamos a sofrer consequências devido às alterações climáticas, as respostas têm de passar tanto pela mitigação, como pela adaptação. Por um lado, reduzir e estabilizar as emissões de gases com efeito de estufa que aquecem a atmosfera é essencial. Por outro, devemos implementar medidas de adaptação que permitam enfrentar os fenómenos negativos que já estão a ocorrer.
A questão da mitigação parece simples, mas de difícil realização. É necessário estancar a dependência de combustíveis fósseis e transitar para uma utilização de energia limpa e renovável. Além disso, temos de parar a desflorestação e restaurar os nossos habitats naturais até chegarmos à neutralidade carbónica, o que significa que a libertação de gases com efeito de estufa na atmosfera é equilibrada com a captura e armazenamento desses gases. Quanto mais depressa conseguirmos atingir este equilíbrio, melhor será o nosso futuro.
Artigo escrito por André Silva, no dia 20/07/2024.
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