Primeiras frentes devem chegar na próxima semana a Portugal
O outono começa-se a instalar e já há previsão para a chegada das primeiras frentes de chuva 🌧
Faltam menos de 48 horas para o início oficial do outono, e o estado do tempo já tem vindo a sofrer alterações ao longo dos últimos dias. Desta vez, a mudança começou no sul, com a entrada de uma massa de ar húmida no Algarve, provocando nevoeiro e uma descida das temperaturas. Depois, um centro de baixas pressões em altitude entrou em território continental de Portugal, fazendo com que instabilidade atmosférica marcasse presença através de uma nova descida das temperaturas, e aguaceiros.
A possibilidade* de aguaceiros irá manter-se ao longo das próximas 24 horas de norte a sul, com ocorrência de trovoada.

Segundo as atuais tendências dos modelos meteorológicos, a próxima semana adivinha-se húmida e relativamente chuvosa no norte do país, com o regresso das primeiras superfícies frontais do outono.
Como habitual nesta época de transição, estas frentes deverão afectar diretamente o norte e centro, e com menor intensidade o sul.

*Por se tratar de uma possibilidade, não existe uma certeza absoluta quanto à localização exata onde haverá ocorrência de aguaceiros e trovoada. Situações de instabilidade atmosférica são extremamente imprevisíveis, significando que as condições atmosféricas instáveis podem variar significativamente de um local para outro. Isto reflete que, enquanto num determinado ponto pode ocorrer chuva intensa e trovoada, a poucos quilómetros de distância o tempo pode manter-se estável e seco.
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As frentes meteorológicas ocorrem quando duas massas de ar com características diferentes se encontram. Uma frente fria acontece quando uma massa de ar frio avança e empurra uma massa de ar quente, forçando o ar quente a subir. A frente quente, por sua vez, ocorre quando uma massa de ar quente se move sobre uma área de ar mais frio. Estes dois tipos de frentes trazem consigo fenómenos meteorológicos distintos, influenciando as condições atmosféricas de maneira diferente.
Em Portugal, as primeiras frentes frias do outono começam geralmente a surgir entre finais de setembro e o início de outubro, embora o seu momento exato possa variar de ano para ano, dependendo da dinâmica atmosférica. Quando uma frente fria atravessa o país, traz consigo uma descida acentuada das temperaturas, em particular nas regiões do interior e nas montanhosas, onde o ar frio tende a acumular-se. As temperaturas durante o dia podem cair abruptamente, especialmente depois de semanas de calor persistente.
As frentes frias estão também associadas a um crescimento da instabilidade atmosférica, o que pode provocar períodos de precipitação, muitas vezes na forma de aguaceiros. Estas chuvas costumam ser mais intensas no norte e no centro de Portugal, devido à interação das frentes com a orografia, como a Serra da Estrela e o Gerês, que intensificam a subida do ar e, portanto, a formação de nuvens e precipitação. Nas regiões do sul, como o Baixo Alentejo e o Algarve, as frentes frias tendem a ser menos intensas, embora possam também trazer chuvas e um arrefecimento mais moderado.
As frentes quentes, que também surgem no outono, trazem um tipo diferente de condições meteorológicas. Estas ocorrem quando uma massa de ar quente avança sobre uma área de ar mais frio, o que resulta numa subida gradual das temperaturas. Ao contrário das frentes frias, as frentes quentes são menos abruptas nas suas transições e tendem a causar mudanças mais suaves nas condições meteorológicas.

Quando uma frente quente passa por Portugal, pode trazer um aumento da humidade e chuvas persistentes, embora geralmente menos intensas que as associadas às frentes frias. A precipitação tende a ser mais contínua e de longa duração, muitas vezes acompanhada por céu nublado. O nevoeiro também é um fenómeno comum com a passagem de frentes quentes, particularmente nas áreas costeiras e em vales, onde a condensação do vapor de água é favorecida pelas temperaturas amenas.
As frentes quentes podem ser mais sentidas no outono em Portugal continental, particularmente nas regiões do litoral oeste. Este ar quente geralmente vem do Atlântico ou do sul da Europa, e, dependendo das condições, pode trazer um regresso temporário a temperaturas mais amenas, especialmente depois da passagem de uma frente fria.
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