Primeiro temporal do outono vai chegar esta semana
Vem aí o primeiro temporal do outono: Chuva regressa a partir de terça feira. Muita chuva no norte, pouca no sul 🌧
Devido a um fluxo persistente de oeste e à passagem de centros de baixa pressão atmosférica a norte da Península Ibérica, é esperado um agravamento das condições meteorológicas a partir de terça feira.
Esta mudança no estado do tempo começará a fazer-se sentir na madrugada de segunda para terça feira, com a passagem de uma frente fria no norte do país. Esta superfície frontal deverá trazer precipitação, por vezes forte e persistente, estendendo-se ao longo do dia de terça para a região centro. Esta precipitação deverá chegar também ao litoral oeste, Área Metropolitana de Lisboa – que engloba Lisboa e Setúbal – e Alto Alentejo a partir da tarde e noite.
Novas frentes deverão continuar a afectar o norte e centro até quinta feira, prevendo-se precipitação persistente e intensa*.
De acordo com as previsões atuais, ao longo desta semana poderão cair mais de 200mm de precipitação em alguns locais montanhosos do norte do país, e valores superiores a 150mm no litoral norte.
Esta situação será causada por um fenómeno denominado por “rio atmosférico”.
Um rio atmosférico é um fenómeno meteorológico que consiste numa faixa estreita de vapor de água que se desloca na atmosfera, transportando grandes quantidades de humidade desde regiões tropicais até latitudes mais altas. Quando estas massas de ar húmido se encontram com cadeias montanhosas ou outras formações geográficas que obrigam o ar a subir, o vapor condensa-se, originando precipitação intensa. No caso de um rio atmosférico a atingir o norte e o centro de Portugal, especialmente com acumulados de precipitação superiores a 200 mm em regiões montanhosas, como o Gerês, as consequências podem ser delicadas.
Uma das consequências mais imediatas e preocupantes de um evento como este é o risco de inundações. A precipitação intensa e persistente provoca uma subida rápida dos caudais dos rios, especialmente em bacias hidrográficas mais pequenas e montanhosas, que respondem de forma mais rápida à precipitação. As regiões montanhosas, como o Gerês e outras serras do norte de Portugal, são particularmente vulneráveis a deslizamentos de terra durante eventos de precipitação extrema. A intensa chuva desestabiliza os solos, especialmente em áreas com vegetação insuficiente ou onde houve intervenções humanas, como a construção de estradas ou a criação de áreas agrícolas. A pressão adicional da água nos solos saturados pode provocar o deslizamento de grandes volumes de terra, pedras e vegetação, criando um risco significativo para as comunidades que habitam nessas áreas.
Um dos eventos mais destrutivos em áreas recentemente atingidas por incêndios é a inundação devido às primeiras chuvas. O solo queimado não consegue absorver água, e assim grandes volumes de água encontram o seu caminho rapidamente para áreas baixas no que é chamado de inundação repentina.
Este fluxo húmido irá causar chuvas intensas no norte e centro, no entanto, no litoral oeste e na Área Metropolitana de Lisboa serão de esperar períodos de chuva fraca ou chuvisco, com uma humidade relativa do ar igualmente muito elevada ou extrema.
Na quinta feira, o anticiclone presente no sul irá enfraquecer, permitindo a ocorrência de precipitação mais intensa no litoral oeste, Área Metropolitana de Lisboa e Alto Alentejo, e períodos de chuva em geral fraca no Baixo Alentejo e Algarve.
O vento irá aumentar de intensidade ao longo da semana, sobretudo no norte e centro.
Esta será uma situação típica do outono português, com precipitação mais intensa e persistente a norte, e fraca ou reduzida no sul.
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