Melhoria das condições meteorológicas este fim de semana – Mas ainda com instabilidade
Melhoria das condições meteorológicas este fim de semana – Mas a instabilidade mantém-se
A instabilidade atmosférica tem vindo a marcar presença ao longo dos últimos dias em Portugal Continental, e mesmo com uma melhoria durante este fim de semana, perspetiva-se que se mantenha ao longo dos próximos dias.
Este sábado e domingo serão pautados por períodos de céu nublado de Norte a Sul, com boas abertas, e possibilidade* para a ocorrência de aguaceiros e trovoada. Esta possibilidade abrange todo o território continental, e é maior ao longo do dia deste sábado.
Prevê-se uma subida da temperatura máxima este domingo: Os valores de temperatura vão subir já amanhã durante o dia, com as máximas a atingir 27ºC em Santarém, 26ºC em Braga, Aveiro, Évora e Setúbal, 25ºC em Lisboa, Leiria e Coimbra, 24ºC em Viana do Castelo, Beja e no Porto, 23ºC em Castelo Branco e Bragança, 22ºC em Vila Real, 21ºC em Viseu, Portalegre e Faro, e 17ºC na Guarda.
A persistência da humidade relativa do ar elevada provocará uma sensação maior de calor e tempo abafado, principalmente durante o dia.
**Por se tratar de uma possibilidade, não existe uma certeza absoluta quanto à localização exata onde haverá ocorrência de aguaceiros e trovoada. Situações de instabilidade atmosférica são extremamente imprevisíveis, significando que as condições atmosféricas instáveis podem variar significativamente de um local para outro. Isto reflete que, enquanto num determinado ponto pode ocorrer chuva intensa e trovoada, a poucos quilómetros de distância o tempo pode manter-se estável e seco.
Durante uma depressão atmosférica, as condições de instabilidade promovem a formação de células convectivas. A convecção é o processo pelo qual o ar quente e húmido sobe na atmosfera, arrefecendo à medida que atinge altitudes maiores. Quando o ar arrefece, o vapor de água condensa-se em gotículas, formando nuvens cumulonimbus, conhecidas pela sua relação com trovoadas, relâmpagos e chuvas torrenciais.
As células convectivas são porções da atmosfera onde ocorre convecção intensa. Estas células são o motor das trovoadas, podendo ser isoladas ou organizadas em sistemas maiores. Quando estas células atingem grande intensidade, podem gerar fenómenos severos, como vento forte, granizo e até tornados. Os aguaceiros associados a estas células convectivas são geralmente de curta duração, mas muito intensos, causando frequentemente inundações repentinas e outros problemas em áreas vulneráveis.
As trovoadas resultantes da convecção são provocadas pela separação de cargas elétricas dentro das nuvens. A parte superior da nuvem adquire uma carga positiva, enquanto a parte inferior se torna negativa. Esta diferença de potencial elétrico, em combinação com o solo carregado positivamente, resulta na descarga de relâmpagos. O trovão é causado pela rápida expansão do ar aquecido pela descarga elétrica.
Os aguaceiros gerados em células convectivas podem ser intensos e localizados. Devido à sua natureza de curta duração mas elevada intensidade, estes eventos são conhecidos por causar inundações repentinas, sobretudo em áreas urbanas onde o escoamento de água é mais difícil. As regiões montanhosas também são vulneráveis a este tipo de fenómeno, com a rápida subida de cursos de água e o risco de deslizamentos de terras.
A interação entre uma depressão atmosférica e a formação de células convectivas é um dos processos chave para a ocorrência de trovoadas e aguaceiros intensos. Compreender este processo é fundamental para prever e mitigar os efeitos de tempestades severas, que podem ter impacto significativo nas infraestruturas, na agricultura e na segurança pública. Monitorizar as depressões atmosféricas e as condições de instabilidade é crucial para a previsão meteorológica e a gestão de riscos em zonas propensas a fenómenos meteorológicos adversos.
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