Nova depressão atmosférica esta quarta feira: Tempo volta-se a agravar
Uma nova depressão atmosférica originária da Gronelândia, vai provocar um novo agravamento das condições meteorológicas em Portugal Continental esta quarta feira.
Quarta feira de chuva e vento em Portugal Continental
Ao longo da madrugada de quarta-feira, prevê-se um aumento gradual na intensidade do vento, com uma intensificação significativa entre o início da manhã de quarta feira e a madrugada de quinta feira. Estão previstas rajadas que poderão ultrapassar os 110 km/h ao longo do litoral, de Norte a Sul, e atingir os 95 km/h nas terras altas e regiões montanhosas. Recomenda-se atenção às condições meteorológicas e a adoção de medidas de precaução, especialmente em áreas mais vulneráveis.

Frente fria e linhas de instabilidade ao longo de quarta feira
Uma frente fria de forte atividade vai progredir de Noroeste para Sudeste, entre o início de manhã de quarta e a tarde. A precipitação mais intensa associada a esta superfície frontal deverá ocorrer no Litoral Norte entre as 06h e as 10h, em Bragança (Interior Norte) entre as 09h e as 12h, na região Centro entre as 08h e as 12h (progredindo do litoral para o interior), no Litoral Oeste e Área Metropolitana de Lisboa entre as 09h e as 12h, no Alto e Litoral Alentejo entre as 10h e as 13h, e no Sul entre as 12h e as 15h. Prevê-se queda de neve nos pontos mais altos da Serra da Estrela. Recomenda-se especial atenção a possíveis condições adversas durante estes períodos.

Comunicado oficial do Instituto Português do Mar e da Atmosfera:
IVO é o nome atribuído pelo IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) a uma depressão que às 18UTC de dia 27 de janeiro estava centrada aproximadamente em 46°N e 42°W, com uma pressão atmosférica no centro de 997hPa, devendo percorrer o Atlântico em fase de cavamento, em deslocação para leste. Prevê-se que a depressão IVO esteja centrada na região do Golfo da Biscaia às 12UTC de dia 29 com uma pressão de 983hPa, porém com um núcleo secundário próximo do noroeste da Península Ibérica.
Portugal continental deverá sentir os efeitos da superfície frontal fria associada à depressão IVO a partir da madrugada de dia 29, com precipitação que será por vezes forte nas regiões Norte e Centro, e que se estenderá gradualmente à região Sul, embora diminuindo de intensidade.
O vento irá aumentar de intensidade, soprando de oeste/sudoeste com rajadas que poderão atingir valores da ordem dos 80 a 100 km/h no litoral oeste e terras altas, rodando para norte/noroeste a partir do meio da tarde de dia 29 e mantendo-se forte até final da tarde de dia 30.
A precipitação deverá ocorrer sob a forma de neve nos pontos mais altos da Serra da Estrela, diminuindo gradualmente a cota para os 1000/1200 metros nas terras altas das regiões Norte e Centro, após a passagem da superfície frontal.
A agitação marítima também irá aumentar, esperando-se ondas de noroeste com 6 a 8 metros na costa ocidental, sendo o período mais gravoso entre o final da tarde de dia 29 e o início da manhã de dia 30.
Devido a esta situação meteorológica foram já emitidos avisos de nível amarelo para a precipitação e neve, bem como avisos de nível laranja para o vento e de nível vermelho para agitação marítima.
Depois da frente fria, o pós frontal: Após a passagem de uma frente fria, a atmosfera entra num estado conhecido como pós-frontal, caracterizado por mudanças significativas nas condições meteorológicas. Este fenómeno ocorre devido à substituição do ar quente e húmido, que predominava antes da frente, por uma massa de ar frio e instável, geralmente de origem polar ou marítima. Este ar frio tende a ser mais denso e instável, o que promove a formação de fenómenos atmosféricos típicos, como aguaceiros, trovoada e, em zonas de maior altitude, neve.
Os aguaceiros pós-frontais surgem da instabilidade atmosférica gerada pela diferença de temperatura entre o solo, mais quente, e o ar frio que o cobre. Esta diferença cria correntes de convecção, responsáveis por formar nuvens de desenvolvimento vertical, como os cúmulos e cumulonimbos. Estas nuvens são frequentemente associadas a precipitação intensa, mas de curta duração (aguaceiros).
A trovoada, por sua vez, é outro fenómeno comum em condições pós-frontais. Durante o processo de formação das nuvens convectivas, as partículas de gelo e água presentes nas camadas superiores da atmosfera geram cargas elétricas devido ao atrito, originando descargas elétricas, ou seja, relâmpagos e raios. Nestas situações, a precipitação poderá ser de granizo.
Outro elemento frequentemente associado ao pós-frontal é a ocorrência de neve em regiões de maior altitude. A entrada de ar frio, combinada com a instabilidade atmosférica, pode levar à formação de neve quando as temperaturas estão suficientemente baixas. Este fenómeno é mais comum em zonas montanhosas, onde a conjugação da altitude com as massas de ar frio cria as condições ideais para a queda de neve.
Além destes fenómenos, o período pós-frontal é geralmente acompanhado por vento moderado a forte, que pode intensificar a sensação de frio. Estes ventos, que sopram geralmente de Norte ou Noroeste, contribuem para o transporte de ar frio e húmido, prolongando a instabilidade por várias horas ou, em alguns casos, dias.

O período entre a tarde e a noite de quarta será pautado por aguaceiros, possibilidade de trovoada e granizo, abertas e ocorrência de neve no Norte e Centro acima de 800 metros de altitude.
Sugere-se a tomada de medidas de precaução, como assegurar a fixação de estruturas temporárias, como andaimes, tendas e toldos, bem como evitar a proximidade de árvores, fachadas ou outras estruturas que possam ser instáveis. Aconselha-se ainda a prudência na condução, em especial em veículos de grande porte, devido ao risco de desestabilização. As autoridades pedem atenção redobrada junto à orla costeira, evitando a aproximação a zonas ribeirinhas e molhes, devido à possibilidade de ondas agitadas e forte agitação marítima.
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