Chuva regressa nos próximos dias – Mudança no estado do tempo
O enfraquecimento do anticiclone e a consequente chegada de baixas pressões atmosféricas, vão culminar numa mudança significativa nas condições meteorológicas em Portugal. As últimas semanas têm sido estáveis, com tempo soalheiro e nevoeiros no Interior Norte e Centro, no entanto, esta situação está prestes a mudar de contornos.
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As baixas pressões atmosféricas, também conhecidas como depressões, são áreas da atmosfera onde a pressão do ar é mais baixa em comparação com as áreas circundantes. Este fenómeno ocorre quando o ar quente, que é menos denso, sobe para altitudes mais elevadas. À medida que o ar sobe, cria uma área de menor pressão à superfície. Este movimento ascendente está frequentemente associado a condições meteorológicas instáveis, como nebulosidade, precipitação e vento forte.
Assim, com o enfraquecimento do anticiclone e a chegada de um centro de baixas pressões (com o núcleo localizado a Noroeste de Lisboa), espera-se um aumento na intensidade do vento já ao longo do dia de sábado, dia 04 de janeiro, e um aumento de nebulosidade de Norte a Sul. Poderão ocorrer aguaceiros pré frontais, ou seja, precipitação formada antes da passagem de uma superfície frontal (a acontecer entre sábado e domingo).
A temperatura vai subir de forma acentuada devido à entrada de ar húmido e mais ameno
A temperatura máxima vai atingir este fim de semana até 19ºC em Setúbal, 18ºC em Faro, 17ºC em Braga, Beja, em Lisboa, em Santarém, em Leiria, e em Aveiro, 16ºC em Viana do Castelo, Évora, em Coimbra, e no Porto, 14ºC em Portalegre, 13ºC em Castelo Branco, 12ºC em Viseu, e em Vila Real, 11ºC em Bragança, e 10ºC na Guarda.
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A passagem de uma frente fria de forte atividade, vai provocar um agravamento das condições meteorológicas a partir da noite de sábado e no domingo, com períodos de chuva por vezes forte, vento moderado a forte e possibilidade de trovoada.
As frentes frias são fenómenos meteorológicos que ocorrem quando uma massa de ar frio avança e substitui uma massa de ar quente. Esta transição ocorre devido às diferenças de densidade entre o ar frio, que é mais pesado, e o ar quente, que é mais leve. Quando a frente fria avança, o ar frio empurra o ar quente para cima, criando condições favoráveis para a formação de nuvens e precipitação.
O aumento da intensidade do vento numa frente fria ocorre devido à interação entre duas massas de ar com características muito diferentes: o ar frio, que é mais denso e pesado, e o ar quente, que é mais leve e menos denso. Este contraste térmico gera um gradiente de pressão acentuado na região onde as duas massas de ar se encontram. O vento, que é essencialmente o movimento do ar de áreas de alta pressão para áreas de baixa pressão, intensifica-se em resposta a este gradiente.
Quando a frente fria avança, o ar frio desloca o ar quente para cima de forma rápida e brusca. Esta ascensão do ar quente cria uma zona de pressão mais baixa na superfície, o que contribui ainda mais para a aceleração dos ventos. Além disso, a rotação da Terra (efeito de Coriolis) influencia a direção dos ventos, mas a velocidade elevada é principalmente impulsionada pelo desequilíbrio entre as massas de ar.
Outro fator importante é o movimento vertical do ar. Na frente fria, o ar quente é forçado a subir rapidamente, criando turbulência e instabilidade na atmosfera, o que pode intensificar ainda mais os ventos à superfície. Este fenómeno é particularmente evidente quando a frente fria está associada a tempestades ou trovoada, onde os ventos podem atingir velocidades muito elevadas, incluindo rajadas intensas e repentinas.
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A precipitação vai marcar presença de Norte para Sul, com a sua ocorrência no Litoral Norte a partir da noite de sábado, progredindo para a restante região (Norte), e para o Centro durante a madrugada, atingindo a Área Metropolitana de Lisboa, Litoral Oeste e Alentejano, Ribatejo, e Barlavento Algarvio ao longo da madrugada e início de manhã de domingo, chegando ao restante Sul durante a manhã de domingo.
O vento vai aumentar de intensidade durante a passagem desta frente, atingindo rajadas até 95km/h no litoral, e 110km/h nas regiões montanhosas, sobretudo do Norte e Centro. O período mais intenso de vento ocorrerá entre a madrugada de domingo (sábado para domingo) e a noite de domingo.
Após a passagem desta superfície frontal, aguardar-se-á o pós frontal e uma nova frente (oclusa), esperando-se a ocorrência de aguaceiros por vezes fortes, possibilidade de trovoada, e uma descida das temperaturas. A neve deverá regressar às montanhas do Norte e Centro acima dos 1300 metros de altitude.
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