Descida das temperaturas nos próximos dias

Espera-se uma descida das temperaturas ao longo dos próximos dias, marcando o afastamento para leste da atual massa de ar quente.

Esta semana estará sob a influência de mais nebulosidade, especialmente entre segunda e quarta, com possibilidade de aguaceiros isolados nas regiões do Interior Norte e Centro.

O vento deverá aumentar de intensidade, especialmente durante os períodos das tardes nas regiões do Litoral. As rajadas deverão ultrapassar os 50km/h a 60km/h, sobretudo na faixa costeira dos distritos de Leiria, Lisboa e Viana do Castelo.

Em resumo: Esta semana será caracterizada por uma descida generalizada das temperaturas, com a entrada de ar mais fresco e húmido vindo de Noroeste. Poderão, pontualmente, ocorrer aguaceiros no Interior Norte e Centro, especialmente durante os períodos das tardes entre segunda e quarta. Será expectável a formação de nevoeiro, sobretudo durante as noites e manhãs, com maior incidência na faixa costeira do Oeste e região Centro. 🌤️🌫️☁️💨

Porque o vento tem períodos intensos nos meses mais quentes em Portugal?

Durante os meses mais quentes do ano — tipicamente entre maio e setembro — é comum sentir-se vento forte no litoral de Portugal continental, especialmente ao longo da faixa ocidental atlântica. Este vento, que sopra predominantemente de norte a noroeste, é conhecido popularmente como “nortada”.

A nortada é um fenómeno meteorológico frequente em Portugal durante o verão, resultante de uma interação entre diferentes sistemas de pressão e os contrastes térmicos entre o oceano e o continente. Este vento pode ser persistente e atingir velocidades elevadas, sobretudo durante as tardes e nas zonas costeiras mais expostas, como a costa ocidental a norte de Lisboa, Peniche, Nazaré, Figueira da Foz ou Viana do Castelo.

Porque acontece a nortada?

A nortada ocorre devido a três fatores principais:

1. Anticiclone dos Açores

Durante o verão, o Anticiclone dos Açores (uma área de altas pressões situada no Atlântico Norte) tende a deslocar-se mais para nordeste, posicionando-se entre os Açores e a Península Ibérica. Este anticiclone envia ventos de norte/noroeste em direção à costa portuguesa.

2. Aquecimento do interior da Península Ibérica

Com o aumento da radiação solar durante o verão, o interior da Península aquece mais rapidamente do que o oceano. Este aquecimento provoca a formação de uma depressão térmica sobre a região interior (particularmente no sul e centro de Espanha).

Como o ar quente sobe, cria-se uma zona de baixa pressão que “puxa” o ar mais fresco vindo do Atlântico. O resultado é um movimento de ar de alta pressão (oceano) para baixa pressão (interior da Península) — o que gera o vento de norte ao longo da costa portuguesa.

3. Efeito de reforço orográfico e costeiro

A geografia da costa portuguesa também contribui. As arribas, serras costeiras e vales orientados norte-sul ajudam a canalizar e intensificar o vento. Em certas zonas, como a Figueira da Foz ou Guincho, este efeito pode ser notório e atrair até praticantes de windsurf e kitesurf.

Variação diária da nortada

A nortada é geralmente mais fraca de manhã e intensifica-se durante a tarde, à medida que o contraste térmico entre terra e mar aumenta. Ao final do dia ou durante a noite, o vento tende a enfraquecer.

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