Tempo mais fresco a partir de quarta ou quinta-feira
O afastamento da atual massa de ar quente ditará uma descida generalizada das temperaturas a partir de quarta ou quinta-feira (dependendo das regiões). Mas até lá, as temperaturas voltarão a subir.

Prevê-se uma subida acentuada da temperatura máxima na terça-feira, principalmente no litoral Centro e Oeste, e uma ligeira descida na Península de Setúbal e no Algarve.
A partir dos dias 9 ou 10, dependendo da região do país, será expectável uma mudança no atual padrão atmosférico, que tem sido dominado pela influência do anticiclone. Esta nova configuração poderá traduzir-se na aproximação ou entrada de uma depressão atmosférica sobre a Península Ibérica, alterando parcialmente o estado do tempo.
Como consequência, prevê-se uma descida temporária das temperaturas, de Norte a Sul. No entanto, apesar desta alteração no padrão, não se antecipa que o cenário traga instabilidade atmosférica significativa nem precipitação relevante, mantendo-se o tempo maioritariamente seco em grande parte do território.

A tendência será para maiores condições para a formação de nevoeiros noturnos e matinais a partir da noite de terça para quarta, culminando num final de semana mais fresco e com ocorrência de nevoeiro e humidade relativa do ar mais elevada.
O que acontece quando, durante o verão, uma massa de ar quente se desvia?
Com a possível aproximação de uma depressão atmosférica (zona de baixa pressão), é expectável que ocorram alterações na direção e na origem das massas de ar que afectam Portugal. Em vez do ar quente e seco, frequentemente associado ao anticiclone subtropical (como o dos Açores), poderemos passar a ser influenciados por fluxos de oeste ou noroeste, que transportam ar marítimo mais fresco e húmido do Atlântico.
Essa massa de ar oceânica tem temperaturas inferiores às massas de ar continentais ou subtropicais, o que poderá traduzir-se numa descida temporária das temperaturas máximas, mais notória durante a tarde, principalmente nas regiões do interior onde o calor tem sido mais intenso.

As zonas de baixa pressão estão geralmente associadas a ascendência do ar. Quando o ar sobe, arrefece e condensa, formando nuvens. Mesmo que o sistema depressivo seja fraco, a sua presença pode aumentar a nebulosidade, sobretudo nas regiões do litoral e nas zonas de relevo elevado, como as serras e montanhas.
No entanto, se a depressão não tiver frentes ativas ou um núcleo bem desenvolvido, essa nebulosidade será pouco produtiva em termos de precipitação e poderá limitar-se a nuvens médias e altas, com pouco impacto ao nível do solo.
Apesar de uma depressão, em teoria, estar associada a instabilidade atmosférica e ocorrência de precipitação, nem todas as depressões têm o mesmo comportamento. Neste caso específico, as projeções indicam um sistema relativamente fraco e mal estruturado, sem grande suporte dinâmico ou térmico para desenvolver nuvens convectivas (como as que causam aguaceiros ou trovoadas).
A dinâmica da atmosfera durante o verão
A atmosfera está em constante equilíbrio e movimento. No verão, a Península Ibérica costuma ser dominada por um anticiclone subtropical, como o anticiclone dos Açores, que se desloca mais para norte nesta altura do ano. Esse anticiclone atua como uma “tampa”, inibindo a formação de nuvens e mantendo o tempo seco e quente.
Porém, a atmosfera não é estática. Por diversas razões – como o afastamento do anticiclone para o Atlântico, o aumento da ondulação da corrente de jato ou a presença de cavados (zonas alongadas de baixa pressão) – podem formar-se condições favoráveis à entrada de uma depressão.
No verão, essas depressões são geralmente pouco profundas e pouco ativas, por duas razões principais:
- A energia térmica disponível tende a concentrar-se ao nível do solo, mas a troposfera superior continua bastante estável, o que dificulta a formação de grandes sistemas convectivos.
- A humidade disponível é frequentemente insuficiente, já que os meses de verão são normalmente mais secos.
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