Nova época de tempestades na Europa – divulgados os novos nomes
Iniciou-se nesta semana a época 2025/2026 de tempestades extratropicais na Europa, tornando-se oficialmente ativa no grupo sudoeste, no qual Portugal está incluído através do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A lista completa de nomes selecionados para esta temporada já se encontra definida e é divulgada na figura abaixo, sendo a referência para todas as tempestades que venham a cumprir os critérios de nomeação nos próximos meses.

A atribuição de nomes às tempestades é um projeto europeu coordenado no âmbito da EUMETNET, a rede que reúne diversos serviços meteorológicos nacionais. Este processo envolve uma colaboração estreita entre diferentes países e tem vindo a expandir-se ao longo dos anos, à medida que a necessidade de comunicação clara e eficiente sobre fenómenos meteorológicos severos se torna cada vez mais evidente.
O grupo sudoeste, responsável por Portugal, Espanha, França, Bélgica e Luxemburgo, conta este ano com um novo parceiro: o Servei Meteorològic Nacional, do Principado de Andorra. Com esta entrada, o grupo passa a integrar seis serviços meteorológicos nacionais: IPMA (Portugal), AEMET (Espanha), Météo-France (França), RMI (Bélgica), MeteoLux (Luxemburgo) e agora também o organismo de Andorra. Esta cooperação multinacional assegura que fenómenos atmosféricos de grande impacto, muitas vezes de natureza transfronteiriça, sejam identificados e comunicados de forma coordenada e harmonizada.
A prática de dar nomes às tempestades extratropicais tem mostrado resultados muito positivos. A experiência dos últimos anos evidencia que a nomeação facilita a perceção pública da gravidade de determinados fenómenos, promove a adoção de medidas preventivas por parte da população e contribui para uma comunicação mais clara entre os Serviços Meteorológicos Nacionais, as autoridades de Proteção Civil e os meios de comunicação social. A designação de uma tempestade com um nome próprio torna a mensagem mais direta, mais próxima do cidadão e mais eficaz do que a utilização de termos técnicos ou códigos meteorológicos.
Além da vertente comunicacional, este sistema constitui uma ferramenta valiosa para a comunidade científica. A atribuição de nomes permite acompanhar a evolução de cada depressão extratropical ao longo do seu percurso pela Europa, garantindo uma identificação inequívoca nos registos meteorológicos e facilitando estudos posteriores sobre impactos, intensidade e frequência destes fenómenos.

É importante salientar que, sempre que uma tempestade tropical formada no Atlântico seja previamente nomeada pelo National Hurricane Center (NHC) dos Estados Unidos, e se verificar posteriormente a sua transformação em tempestade extratropical, o nome atribuído pelo NHC será mantido. Assim, a comunicação feita pelo IPMA e pelos restantes serviços meteorológicos europeus respeita a continuidade da designação inicial, evitando confusões e assegurando consistência a nível internacional.
O critério principal para a nomeação de tempestades extratropicais prende-se com a previsão de impactos relevantes, nomeadamente situações em que exista a necessidade de emissão de avisos meteorológicos de nível laranja ou vermelho. O parâmetro meteorológico mais determinante é a intensidade do vento, dada a sua relação direta com fenómenos de risco como quedas de árvores, danos em infraestruturas, perturbações nos transportes e cortes de energia. No entanto, outros fatores, como a precipitação extrema, a agitação marítima ou a possibilidade de ocorrência de fenómenos severos localizados, também podem justificar a atribuição de nome, desde que os impactos potenciais se revelem significativos.
Em suma, o processo de nomeação de tempestades extratropicais na Europa, agora renovado com a entrada do serviço meteorológico de Andorra, constitui um instrumento fundamental para aumentar a resiliência das sociedades face a fenómenos meteorológicos severos. A comunicação clara, a coordenação entre países e a preparação antecipada da população são aspetos essenciais para mitigar os riscos associados a estas tempestades, que ao longo da história têm provocado perdas humanas, danos materiais elevados e disrupções económicas.
Com a abertura da temporada 2025/2026, fica disponível a lista de nomes que marcarão os próximos meses e que, uma vez mais, desempenharão um papel central na forma como a sociedade acompanha e responde a um dos fenómenos naturais mais relevantes em termos de segurança e proteção civil no continente europeu.
Informação IPMA.


