Temperaturas vão subir no início desta semana
Subida das temperaturas nos próximos dias: Termómetros vão chegar aos 27ºC em algumas partes do Centro e Sul do país
A vaga de precipitação forte já passou, e agora vive-se uma acalmia temporária em Portugal Continental: Sem vento, pouca chuva, algumas nuvens e muita humidade. As temperaturas tendem a manter-se amenas, ao contrário do ano passado, em que neste dia já se sentia algum frio.
Esta nova semana iniciar-se-á com períodos de chuva no Litoral Norte e Centro, e céu por vezes nublado com abertas no restante território.
A temperatura máxima promete subir ao longo dos próximos dias, atingindo os valores mais elevados de um modo geral entre terça e quarta. Prevê-se valores até 24ºC no Porto e em Faro, por exemplo, 25ºC em Lisboa, 26ºC em Braga e 27ºC em Santarém e Évora.

Com a permanência da humidade relativa do ar muito elevada, espera-se a sensação de tempo abafado.
Porque as massas de ar frio, por vezes, tendem a não chegar em outubro?
Em outubro, Portugal continental ainda é frequentemente influenciado por massas de ar de origem tropical ou subtropical, o que resulta em temperaturas amenas para a época. Isso deve-se a vários fatores meteorológicos. Um dos principais é a posição das correntes de jato, que se encontram mais a norte durante o outono, funcionando como uma barreira entre o ar frio polar e o ar mais quente das latitudes médias.
Em outubro, essa corrente de jato polar ainda não desceu suficientemente para permitir a entrada de massas de ar frio. Além disso, o anticiclone dos Açores exerce uma grande influência, atuando como uma barreira para frentes frias, mantendo as massas de ar frio afastadas. Este sistema de alta pressão favorece a permanência de ar mais quente e estável de origem tropical ou subtropical.

Outro fator é a proximidade de Portugal ao oceano Atlântico, que atua como regulador térmico, armazenando calor durante o verão e libertando-o lentamente no outono, o que contribui para temperaturas mais amenas.
No início do outono, é também comum a presença de sistemas de baixa pressão a norte da Europa, responsáveis pela concentração de massas de ar frio nessa região. Estes sistemas de baixas pressões empurram o ar mais frio para leste ou mantêm-no em latitudes mais elevadas, dificultando a sua deslocação para sul.
No caso de Portugal continental, o fluxo de ar predominante tende a ser do sudoeste, transportando massas de ar mais quentes e húmidas, muitas vezes de origem subtropical, o que contribui para uma sensação térmica amena e, por vezes, para a formação de instabilidade atmosférica, como aguaceiros e trovoada.
Além disso, a transição sazonal de verão para outono nem sempre é abrupta, e por isso as condições de calor ou tempo ameno persistem mais tempo do que noutras regiões da Europa.
A posição geográfica também conta…e muito!
Outro aspeto importante a considerar é a posição geográfica da Península Ibérica, que a coloca na transição entre climas temperados e subtropicais. No outono, Portugal continental está exposto às massas de ar que chegam tanto de norte como de sul, mas a prevalência de massas de ar quentes deve-se ao facto de o Atlântico, ainda relativamente quente nesta altura do ano, fornecer calor adicional à atmosfera. As águas do Atlântico ao largo de Portugal, que retêm o calor do verão, demoram a arrefecer. Esse calor é libertado para o ar, o que ajuda a manter temperaturas amenas e a impedir a entrada direta de massas de ar frio. À medida que o mês avança, o efeito moderador do oceano continua a ter um papel importante, evitando quedas bruscas de temperatura e prolongando a sensação de outono ameno.

As montanhas também…
Por outro lado, a topografia da Península Ibérica também desempenha um papel. As cadeias montanhosas a norte e a leste, como os Pirenéus e o Sistema Central, podem funcionar como barreiras naturais para as massas de ar frio que tentam avançar do interior da Europa ou da Escandinávia. Estas montanhas bloqueiam ou desviam o ar frio, limitando a sua chegada ao território português.
Esses fatores, combinados, explicam por que motivo as massas de ar frio ainda têm dificuldade em chegar a Portugal em outubro, com as massas de ar tropicais e amenas a prevalecerem até que a circulação atmosférica de inverno se estabeleça completamente.
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