Mudança do tempo à vista! Instabilidade atmosférica está de volta
A chegada de uma depressão atmosférica vinda do Canadá provocará alterações significativas no estado do tempo ao longo desta semana.

O tempo soalheiro e estável termina o seu domínio esta segunda feira, com a subida em latitude do anticiclone (para norte) e a incursão de um centro de baixas pressões atmosféricas.
Nesta terça, é expectável um aumento generalizado de nebulosidade de sul para norte, e o domínio de uma vaga de poeiras vindas de África. Espera-se uma descida acentuada da temperatura máxima em todo o território continental de Portugal. Possibilidade para a ocorrência de aguaceiros pontuais, podendo ser acompanhados por trovoada, sobretudo no Centro e Sul.
Poeiras de África – Um fenómeno recorrente
A chegada de poeiras vindas do deserto do Saara é um fenómeno recorrente em Portugal, especialmente em períodos de circulação predominante de sul ou sudeste. Estas partículas finas são transportadas pelos ventos e podem percorrer milhares de quilómetros, afetando a qualidade do ar e o estado do tempo.
A presença de poeiras em suspensão pode levar a um aumento significativo das concentrações de partículas finas (PM10 e PM2.5), resultando numa deterioração da qualidade do ar. Isto pode causar dificuldades respiratórias, agravamento de doenças pulmonares e alergias, sendo especialmente preocupante para crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios.
Além do impacto na saúde, a presença destas poeiras pode influenciar o estado do tempo. Quando em grandes concentrações, formam um nevoeiro seco que reduz a visibilidade e pode alterar a coloração do céu, tornando-o mais alaranjado ou esbranquiçado. Além disso, as poeiras podem interferir na formação de nuvens e na precipitação, podendo reduzir ou modificar a intensidade da chuva.

Uma frente fria vinda de sudoeste, deverá provocar um agravamento nas condições meteorológicas na quarta feira, de sul para norte. Entre o final da madrugada e a manhã de quarta, são esperados períodos de chuva no Centro e Sul, podendo ser acompanhados por trovoada, e um aumento generalizado na intensidade do vento. A precipitação seguirá para norte, atingindo a região durante a tarde.
Após a passagem desta superfície frontal, perspectivam-se boas abertas, com possibilidade para aguaceiros dispersos.
Na quinta feira, uma nova frente deverá provocar um agravamento das condições meteorológicas, com maior incidência no Centro e Sul – situação ainda em atualização.

Já leu a antevisão da primavera?
De acordo com os mais recentes modelos meteorológicos analisados pelo André do Tempo, a primavera de 2025 deverá ser, em geral, mais quente do que o habitual. No entanto, prevêem-se períodos de descida da temperatura, especialmente entre meados de abril e maio, devido à influência de depressões isoladas em altitude na Península Ibérica.
Entre março e o início de abril, espera-se que Portugal Continental seja afetado pela chegada de massas de ar frio provenientes do norte e do oeste. Estas incursões de ar frio poderão provocar descidas temporárias da temperatura e um aumento da instabilidade atmosférica, resultando em períodos de precipitação sob a forma de aguaceiros, por vezes acompanhados de trovoada e até queda de granizo. No entanto, estas massas frias poderão, em certos momentos, ser contrariadas pela entrada de ar mais ameno do sul, criando contrastes térmicos significativos e favorecendo o desenvolvimento de sistemas meteorológicos dinâmicos.
À medida que nos aproximamos de maio, a circulação atmosférica deverá tornar-se mais favorável à formação de depressões isoladas em altitude, conhecidas como cut-off lows. Estas depressões, típicas desta época do ano, consistem em bolsas de ar frio em níveis médios e altos da atmosfera que potenciam a instabilidade. Quando combinadas com a entrada de ar quente do sul, criam condições propícias ao desenvolvimento de aguaceiros intensos e trovoadas, podendo originar fenómenos extremos, como queda de granizo ou rajadas de vento localmente fortes.
Outro fator a ter em conta nesta altura do ano é a possibilidade de chegada de poeiras em suspensão provenientes do deserto do Saara, transportadas por fluxos de sul. Este fenómeno, comum na primavera e no verão, pode resultar num céu esbranquiçado ou amarelado, na redução da qualidade do ar e, em alguns casos, na chamada chuva de lama, quando as poeiras se misturam com a precipitação.
Quanto à precipitação, a primavera de 2025 deverá registar valores dentro da média, podendo ser ligeiramente superiores ao normal em algumas regiões do país. Entre março e maio, a influência de depressões e tempestades provenientes do oeste e do norte poderá provocar episódios de precipitação intensa, ventos fortes e variações térmicas significativas. Com a transição para abril e maio, a presença de depressões isoladas em altitude aumentará a instabilidade, favorecendo a ocorrência das típicas trovoadas primaveris, frequentemente acompanhadas de aguaceiros fortes, granizo e rajadas de vento. Além disso, os episódios de poeiras vindas do Saara poderão tornar-se mais frequentes, contribuindo para a ocorrência de chuva de lama.
A partir de junho, prevê-se uma maior estabilização das condições meteorológicas, com uma tendência para tempo mais seco e menos chuvoso, marcando a transição gradual para o verão. As temperaturas deverão subir progressivamente, e os episódios de instabilidade deverão tornar-se menos frequentes, dando lugar a períodos prolongados de tempo estável e temperaturas acima da média em algumas regiões.
Leia a previsão sazonal ao pormenor aqui.
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