Temperaturas mais elevadas este fim de semana
A subida em latitude de uma massa de ar quente oriunda do Norte de África, vai provocar uma subida da temperatura máxima este fim de semana. Mas atenção: o mar continua perigoso!

Tanto sábado como domingo, serão pautados por céu geralmente pouco nublado ou limpo e possibilidade para a formação de nevoeiro e/ou neblina noturnos. A temperatura máxima vai subir, especialmente no sábado. Os termómetros poderão ultrapassar 25ºC em alguns locais do país.
No sábado, a temperatura máxima deverá atingir 25ºC em Faro, 24ºC em Setúbal e Santarém, 23ºC em Beja, Évora, Lisboa e Braga, 22ºC em Leiria, 21ºC em Castelo Branco, Coimbra e Viana do Castelo, 20ºC em Portalegre, Viseu e no Porto, 19ºC em Bragança e Vila Real, 18ºC em Aveiro e 14ºC na Guarda.
Já no domingo, a máxima vai atingir 24ºC em Braga, 23ºC em Setúbal, Santarém e Leiria, 22ºC em Faro, Lisboa e no Porto, 21ºC em Coimbra e Viana do Castelo, 20ºC em Beja, 19ºC em Évora, Aveiro e Bragança, 18ºC em Portalegre, Castelo Branco, Viseu e Vila Real e 14ºC na Guarda.
As noites continuarão com valores geralmente abaixo da média (noites frias).

O vento deverá soprar em geral fraco a moderado, com um aumento na intensidade no domingo especialmente nas terras altas e regiões montanhosas de Norte a Sul.
Tempo estável, mas o mar continua perigoso
A transição do inverno para a primavera em Portugal é um período caracterizado por mudanças significativas nas condições meteorológicas e oceânicas, que tornam o mar especialmente perigoso. Embora as temperaturas do ar comecem a subir e os dias se tornem progressivamente mais longos, o oceano Atlântico continua a refletir a instabilidade herdada do inverno, criando um ambiente propício a fenómenos adversos que podem representar riscos tanto para banhistas como para pescadores e navegantes.
Durante o inverno, as tempestades no Atlântico Norte geram ondulações de grande intensidade que se propagam até à costa portuguesa. Estas ondulações, conhecidas como mar de fundo, podem persistir por várias semanas mesmo após a passagem das tempestades, resultando em vagas inesperadas e ressacas marítimas. Estas ressacas são particularmente perigosas porque criam correntes de retorno, que arrastam rapidamente qualquer pessoa para longe da costa, tornando o regresso à terra firme extremamente difícil. Apesar de a primavera trazer uma redução na frequência destas tempestades, a sua influência ainda se faz sentir, e as condições do mar podem continuar muito agitadas.

Outro fator que contribui para o perigo do mar nesta época do ano é a intensificação das marés vivas. Durante a primavera, especialmente nos períodos de equinócio, a influência combinada do Sol e da Lua gera uma maior amplitude das marés, o que significa que a subida e descida das águas se tornam mais pronunciadas. Isso pode levar a um aumento da força das correntes e a uma maior erosão da costa, tornando algumas praias mais instáveis e perigosas. Muitas vezes, as pessoas não estão preparadas para estas alterações e podem ser surpreendidas por ondas repentinas ou mudanças bruscas na profundidade da água.
Outro aspeto a ter em conta é a temperatura da água do mar, que nesta altura do ano continua bastante baixa, mesmo que a temperatura do ar comece a subir. O oceano Atlântico tem uma grande inércia térmica, o que significa que demora mais tempo a aquecer do que a atmosfera. Como resultado, a água do mar pode continuar fria, representando um risco para quem entra na água sem proteção adequada. O choque térmico causado pela exposição súbita a águas frias pode levar a uma perda imediata de controlo muscular e até mesmo a hipotermia, o que aumenta o risco de afogamento, especialmente para quem não está habituado a nadar nestas condições.
A ilusão de segurança que surge com os primeiros dias quentes da primavera também contribui para aumentar os perigos do mar nesta altura do ano. Muitas pessoas, ansiosas por aproveitar o tempo soalheiro, aventuram-se no mar sem estarem plenamente conscientes dos riscos. Como ainda não há nadadores-salvadores nas praias, nesta altura do ano, a ausência de vigilância pode ser fatal em caso de acidente. A combinação de um mar ainda instável, águas frias e correntes fortes torna esta época do ano especialmente traiçoeira para banhistas e praticantes de desportos aquáticos.
Dado este cenário, é essencial que todos aqueles que frequentam a costa portuguesa nesta época do ano estejam atentos às previsões meteorológicas e marítimas. Consultar os avisos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e seguir as recomendações das autoridades marítimas pode fazer a diferença entre um dia seguro na praia ou no mar e uma situação de risco grave. Além disso, é importante respeitar a sinalização das praias e evitar entrar na água em locais não vigiados ou com condições adversas.
Este fim de semana, as ondas serão geralmente de noroeste, com 1,5 a 2 metros de altura. A temperatura da água do mar, ao longo da costa portuguesa, rondará entre 13ºC e 16ºC.
O André do Tempo sugere o acompanhamento em tempo real nas plataformas digitais, através do Facebook, Instagram e Tik Tok. Explore o nosso website e siga em tempo real as imagens de satélites atuais, radar de precipitação e detetor de descargas eléctricas (trovoada). Pode ainda consultar as atuais tendências dos modelos meteorológicos, na página “Modelos de previsão” inserida em andredotempo.pt. Acompanhe ainda as principais atualizações no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em ipma.pt.
Publicar comentário