Temperatura sobe acentuadamente esta terça feira: Alguns locais vão-se aproximar dos 30ºC
Uma mixórdia meteorológica continua a marcar o ano de 2025 em Portugal, ora com descidas e subidas das temperaturas, ora com chuvas persistentes, ou até com ventos fortes. Mas não se fica por aqui: Esta semana terá uma subida acentuada das temperaturas na terça e quarta feira, seguindo-se o início da época das trovoadas de primavera a partir de quinta feira.

O fortalecimento rápido e temporário do anticiclone, e a consequente subida em latitude de uma massa de ar quente, serão os responsáveis por uma subida das temperaturas e uma estabilização atmosférica entre segunda e quarta feira. A temperatura máxima vai sofrer uma subida acentuada, principalmente entre terça e quarta feira.

A temperatura máxima deverá, entre terça e quarta feira, atingir valores na ordem dos 30ºC em vários pontos do país, de Norte a Sul.
Nesta terça feira, os termómetros deverão atingir até 28ºC em Braga, 27ºC no Porto, em Santarém e Leiria, 26ºC em Aveiro, Coimbra e Setúbal, 25ºC em Viana do Castelo, Vila Real, Lisboa, Beja e Évora, 24ºC em Faro, 23ºC em Bragança, Viseu e Castelo Branco, 22ºC em Portalegre, e 19ºC na Guarda.

Quarta será o dia mais quente da semana e do ano até ao momento, com os termómetros a atingirem até 30ºC em Santarém e em Braga, 29ºC em Coimbra, 28ºC em Setúbal, Leiria e no Porto, 27ºC em Viana do Castelo, 26ºC em Beja, Lisboa, Aveiro, Vila Real e Viseu, 25ºC em Évora e Bragança, 24ºC em Faro, Portalegre e Castelo Branco, e 21ºC na Guarda.

O panorama muda a partir de quinta feira
Devido à formação de uma “cut-off”, ou seja, depressão isolada nos níveis altos da atmosfera, prevê-se para quinta feira o início da época das trovoadas de primavera em Portugal, com um crescimento nos níveis de instabilidade. O que é uma “cut-off”?

A depressão isolada em altitude, frequentemente referida pelo termo inglês cut-off low, é um fenómeno meteorológico caracterizado por uma área de baixa pressão localizada na alta troposfera (geralmente entre os 500 e os 300 hPa), que se desliga da corrente de jato e permanece isolada da circulação atmosférica geral durante um determinado período de tempo.
Este tipo de depressão forma-se geralmente na sequência da ondulação da corrente de jato, uma corrente rápida de ventos que circula a grande altitude. Quando uma dessas ondulações (ou “cavados”) se torna muito pronunciada, pode ocorrer uma cisão ou ruptura da corrente de jato, levando à separação de um núcleo de ar frio em altitude.
Este núcleo de ar frio, desligado do fluxo principal, forma então uma depressão isolada — a chamada cut-off. Esta estrutura pode manter-se estacionária ou mover-se lentamente, o que aumenta o seu potencial de impactar o estado do tempo à superfície. É composta, habitualmente, pelas seguintes características:
Ar frio em altitude: A presença de ar frio nas camadas superiores da atmosfera gera instabilidade, sobretudo quando existe ar mais quente e húmido à superfície.
Isolamento da circulação principal: Ao desligar-se da corrente de jato, a depressão comporta-se de forma independente, dificultando a previsão da sua trajetória.
Longevidade: Pode persistir durante vários dias, mantendo condições adversas durante esse período.
Quando uma cut-off se posiciona a oeste ou sudoeste da Península Ibérica, como é o caso desta, a sua circulação favorece a entrada de ventos do quadrante sul ou sudeste, que transportam ar quente e seco vindo dos desertos de África. Juntamente com esse ar, podem ser arrastadas enormes quantidades de poeiras em suspensão, compostas por partículas muito finas de areia e solo desértico.

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