Tempestade atlântica a partir de sexta feira
Uma tempestade atlântica de origem polar vai provocar um agravamento das condições meteorológicas em Portugal Continental a partir de sexta feira. É esperada precipitação por vezes forte e persistente, um aumento significativo na intensidade do vento e descida das temperaturas.

Para sexta feira já se prevê um agravamento do estado do tempo, com a passagem de uma frente fria de forte atividade, deslocando-se de sudoeste para nordeste. São esperados períodos de chuva por vezes forte, iniciando-se na Área Metropolitana de Lisboa a partir do final da manhã, progredindo para o restante território continental ao longo do dia. Até à passagem desta frente, serão prováveis a ocorrência de aguaceiros ou períodos de chuva.
O vento deverá aumentar gradualmente de intensidade, atingindo rajadas até 85km/h no litoral e 100km/h nas regiões montanhosas.

Espera-se a entrada de uma massa de ar frio de origem polar, prevendo-se por isso uma descida generalizada das temperaturas. Por esse motivo, prevê-se queda de neve nos pontos mais altos da Serra da Estrela ao longo do dia de sexta feira (nevão à vista!), com uma descida da cota de neve a partir do final do dia. A partir da noite e madrugada de sexta para sábado, a neve deverá cair no Norte e Centro geralmente acima dos 1200/1300 metros de altitude.
Esta situação de agravamento prolongar-se-á pelo fim de semana.

Os períodos críticos relativos à precipitação forte e persistente acontecerão na sexta feira ao longo do dia, na noite e madrugada de sexta para sábado (de sul para norte), no sábado de manhã no Norte e Centro e no sábado à noite. Sugere-se a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e uma maior atenção ao arrastamento de objetos soltos para as vias rodoviárias ou ao desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas.
Leia mais sobre medidas de prevenção no nosso artigo.
Tempestades atlânticas – o que são?
As tempestades atlânticas de origem polar são sistemas meteorológicos poderosos que se formam sobre o oceano Atlântico, geralmente a partir da interação entre massas de ar frio polar e massas de ar mais quente e húmido vindas de latitudes médias. Estes sistemas podem desenvolver-se rapidamente, dando origem a ventos fortes, precipitação abundante e, em alguns casos, neve ou granizo.
A génese de uma tempestade atlântica de origem polar ocorre, geralmente, na região entre o Atlântico Norte e o Ártico, onde massas de ar extremamente frio descem em direção a latitudes mais baixas. Este ar polar, seco e denso, desloca-se sobre as águas do oceano, que ainda retêm algum calor. A diferença de temperatura entre o oceano e o ar polar cria um forte gradiente térmico, que serve de combustível para o desenvolvimento de sistemas de baixa pressão.

A corrente de jato, uma faixa de ventos muito intensos em altitude, pode desempenhar um papel fundamental na intensificação da tempestade. Quando um cavado em altitude se aprofunda e interage com a superfície, a depressão pode ganhar força rapidamente, dando origem a um sistema ciclónico vigoroso. Nestes casos, a tempestade pode sofrer um processo de ciclogénese explosiva, também conhecido como “bomba meteorológica”, quando a pressão atmosférica no centro da depressão cai mais de 24 hPa em 24 horas.
Quando uma tempestade atlântica de origem polar atinge terra, os seus efeitos podem ser severos. Rajadas de vento superiores a 100 km/h, chuvas torrenciais e ondulação forte são comuns, causando inundações, quedas de árvores e danos em infraestruturas. Em locais com temperaturas suficientemente baixas, a precipitação pode transformar-se em neve ou granizo, dificultando a circulação e aumentando o risco de acidentes rodoviários.
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